CAVALO BRAVO
No dorso do cavalo bravo,
Desenrolava-se o galope , precipitado, forte, ávido,
Vivenciava , furor, medo,
Impotência, altivez,sobressalto,
Colei-me nele,
Assim, estaria mais “protegida”
no vôo,
Avistara sinais de perigo, ao mesmo tempo, confiança no ar,
Sintonia e comunicação, sabia , que escutava-me,
Agarrei-me, firmemente, em suas as crinas,
Carreguei-me de
coragem,
Sob corcoveio, saltos
e relinchos,
Um movimento, em
espiral,
Questões plainariam o
ar...
Haveria protesto, desacomodarão, luta, desatino?
Mas, era necessário soltar as rédeas, deixá-lo ir, porque, tinha
destino próprio...
Susto, improvisação ,apavoramento, dor, sofreguidão, suspense,
Batidas no coração,
Por alguns, segundos,
fiquei suspensa no ar,
Transitoriedade,
Transbordamento,
Exuberância,
E, nesse mundo, havia um ritmo, quase uma dança,
Uma fusão de almas,
Estaria eu animal?
Deixei-me levar no galope. O cavalo bravo é rebelde, seu movimento
é próprio, primitivo, original . Não
aceita condução . Vai onde ninguém foi ,
arranca, o que nunca foi
plantado.
Sua força é arrasadora, inovadora, voraz, tal como o rio.
Difícil é contê-lo. E, a nascente, se preservada,
deságua sempre no mar. É, a vida sendo refeita, reformulada, ampliada,
para fluir,
O cavalo bravo, mesmo, no estranhamento ou abrupta mento , é movimento
de cura, ,quando, captamos sua linguagem, lemos sua expressão, e, transformamos o assombramento , em força que dança. Aí, seu
cavalgar nos protege em vida , sobretudo,
quando , atravessamos a morte dançando, embevecidos de poesia.
Autoria: Maria
Eugênio Maciel
28-07-2015