terça-feira, 28 de julho de 2015

CAVALO BRAVO


No dorso do cavalo bravo,
Desenrolava-se o galope , precipitado, forte, ávido,
Vivenciava , furor, medo,
Impotência,  altivez,sobressalto,

Colei-me  nele,
 Assim, estaria mais “protegida” no vôo,
Avistara sinais de perigo,  ao mesmo tempo,  confiança no ar,
Sintonia e comunicação, sabia , que escutava-me,
Agarrei-me,   firmemente,  em suas  as crinas,
Carreguei-me  de coragem,
Sob corcoveio, saltos  e relinchos,
Um movimento,  em espiral,

Questões plainariam o  ar...
Haveria protesto, desacomodarão, luta, desatino?

Mas, era necessário soltar as rédeas,  deixá-lo ir, porque,   tinha destino próprio...
Susto, improvisação ,apavoramento, dor, sofreguidão, suspense,
 Batidas no coração,

Por alguns,  segundos, fiquei  suspensa no ar,

Transitoriedade,
Transbordamento,
Exuberância,


E, nesse mundo,   havia um ritmo, quase uma dança,


Uma fusão de almas,
Estaria  eu animal?

Deixei-me levar no galope. O cavalo bravo é rebelde, seu movimento é próprio, primitivo,  original . Não aceita condução . Vai onde ninguém foi ,   arranca, o que nunca foi plantado.
Sua força é arrasadora, inovadora, voraz, tal como o rio. Difícil é contê-lo. E, a  nascente, se preservada, deságua sempre no mar. É,   a vida sendo refeita, reformulada, ampliada, para fluir,
O cavalo bravo, mesmo,  no estranhamento ou abrupta mento , é movimento de cura, ,quando, captamos sua linguagem, lemos sua expressão, e,  transformamos  o assombramento , em força que dança.  Aí,   seu cavalgar nos protege em  vida , sobretudo, quando ,  atravessamos a morte dançando, embevecidos de poesia.


 Autoria: Maria Eugênio Maciel


28-07-2015