segunda-feira, 22 de junho de 2015


Quase no Fim

Havia, um casal como tantos outros. Pedro e Nazaré.  Namoraram e depois de muitas afinidades, resolveram casar-se e construir uma família. Os pais, do noivo e da noiva foram agregados . A família foi  aumentada.  A medida que o tempo passava, cresciam  as necessidades. O foco do casal, passou a ser adquirir e construir  seu futuro, e, o  de seus filhos.

E, a medida que  multiplicava-se as posses, a vida tornava-se melhor. O amor ia crescendo ,e, as amizades também. Enxergavam,  um futuro melhor. Tudo brilhava e o amor reluzia.
Nazaré, desempenhava muitos papeis,  como a  lida da casa,  o trabalho fora, cuidado com os filhos e orientação dos mesmos, um fardo bem pesado. Não, lhe  sobrara mais tempo , para cuidar-se e  muito menos, de ficar atraente , cuidar do seu amor e  do seu parceiro.

Nazaré, teve , que fazer algumas escolhas. Escolheu o trabalho, os filhos, enquanto,  a mulher,  ficou espremida, relegada a  último plano. Era , fundamental  cuidar do essencial. E, isso , ela o fez muito bem. Não faltava nada em casa. Comida, roupa lavada,  tudo,  no tempo e hora certa. Mas, de vez em quando, ela  olhava no espelho e percebia –se, meio,  fora de ângulo. Puxa, pensava ela, eu ganhei  bastante peso. Ganhei , também , rugas e olheiras profundas. É, tenho exagerado na comida. Nunca mais fiz mamografia,  e , nem hemograma. E,  a  menopausa,  que vem a galope?Estou ,  mesmo,bem diferente. Mudei bastante. Mas também, tenho trabalhado como uma mula!

 No entanto, ela tinha um grande conforto. Seus filhos, estavam encaminhados na vida. Um deles, até namorada firme, já tinha.

E,  seu marido,o Pedro,  por onde andara ? Ele, não tem mais me procurado...Anda meio  esquisito, estranho... Será, que tem, arranjado alguma coisa por aí?
Não, acho que não!  Na última vez, ele também, não estava o bicho!  Há, mas faz tempo heim?  perguntou-se.  Nem lembrava o mês!

E , já o marido, estava por aí. No futebol, nos botecos bebendo umas  pingas  e jogando um baralhinho. E, de vez  em quando, acompanhava os amigos na pescaria. Precisava ,  distrair-se um pouco,coitado,  também,  trabalhava tanto!
E, Pedro, determinado dia, numa pescaria dessas, com alguns amigos ,  foi  até um bar .E,  lá,  comentam , sobre um bailinho local, um lugar famoso,  por reunir pessoas de todos os lugares e todas as idades.Um lugar, bem próximo ao mar. Decidiram conferir.

No baile,  havia muitas moças e poucos homens. Não deu outra. Pedro,  deu aquela mãozinha. Convidou uma prenda para dançar. E, tudo aconteceu, muito de repente. Tinha gingado a moça, sorriso farto, bom perfume . Há! A moça, não era tão nova, mas era faceira e parece  que gostava de viver. Era,  Lívia,   o tipo de mulher ,que, sempre esteve em sua mente. Foi,  uma grande noite, para ele e para ela também,  teve certeza.

 Naquela noite,  ele , entendeu definitivamente o que era o amor. Foi ,uma noite apenas, porque já era dia,  e , Pedro precisava voltar para casa. Seus cabelos já estavam brancos, mas ele,  já poderia  morrer em paz , pois,  tinha conhecido o amor.


Maria Eugênio Maciel

17-06-2015




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