segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Duas taças


Era natal, sonho, calor, cor,
esperanças de se viver, num só tempo ,   presente,  passado, futuro,
sem mata-borrão, sem  precisar passar a limpo,
eram, novos tempos, tempos de se viver,
estaria tudo perfeito,
não fosse,  um minuto a mais, no ponteiro,

Estaria  o relógio , esticando o ano velho,  sabiamente, prevendo
mudança  no destino?

As taças, não encontrar-se-iam, fatalmente,
estava determinado,
faltaria  brinde ,  despedida do ano velho,
boas vindas , do ano que chegaria!

Era, um prenúncio , um  anúncio,
 uma linha, um divisor,
do tempo, que habilmente, mexia no ponteiro,
 incitando, novas dimensões, direções, trajetórias, percursos,
e que, mesmo ,  sem tempo, para ajuste  das velas,
promoveria  a largada,
e, sem destino, sem lugar para onde ir,
sobrariam perguntas, faltariam respostas,


Ah, o tempo, com sua engenharia, inova, desprograma,
arranha o verniz,
descolore,
deixa,  tudo em preto e branco,
mas, a natureza  generosamente, tudo providencia,
vento,  que sopra o cabelo,
chuva,  que molha o rosto,
 restaura e tonifica,
para depois colorir,

Autor: Maria Eugênio Maciel


30/08/2014











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